A turbulência planetária é imensa e a Terra se agita ao sabor das transformações.
Aqui e ali as pessoas cantam em prosa e verso a realidade da transição, da grande mudança pela qual todos nós iremos passar.
Encarnados e desencarnados interagem psiquicamente e a comunhão espiritual se acentua consoante as predileções e gostos manifestados.
Em todos os cantos do planeta as crises acontecem, e as dores como despertador de consciências pipocam para todos os lados.
Falar em paz parece utopia, já que nas ações do cotidiano nós somos desafiados constantemente a reagir e se proteger das agressões.
A paz do mundo para alguns é experimentada quando todas as satisfações e desejos humanos são atendidos.
A maioria encarnada na Terra nesses tempos confunde desejo com direito.
Acredita-se que basta desejar para se poder tomar posse do que o homem almeja.
Valores invertidos, moralidade e ética são práticas desconhecidas.
E de tormenta em tormenta, o homem caminha amedrontado em busca da paz que o mundo oferece.
A paz do mundo é relativa, pois cessa depois que o gozo trazido pela satisfação do desejo termina.
De compra em compra, de gozo em gozo, o ser humano caminha vazio.
Então o tormento e o desequilíbrio lhe envolvem, até que uma nova moda seja lançada, um outro objeto de prazer vem lhe preencher o vazio existencial.
Essa é a paz do mundo, tão efêmera quanto a vida material, tão fugaz, que se esvai como roupa velha.
O homem moderno tem medo de se refugiar em si mesmo, pois tem receio do que irá encontrar dentro de si.
O homem atormentado pelos prazeres quer viver fora da própria consciência, onde estão escritas as leis de Deus.
A vida na Terra é uma grande viagem, mas a única rota que pode aplacar os tormentos humanos é o caminho para o próprio coração, o autoencontro.
O mundo não oferece a paz necessária, para que o homem transite de maneira espiritualmente equilibrada em meio às lutas.
A paz de Deus é proporcional à paz espiritual que só pode ser encontrada nos recessos da própria alma.
É no interior do coração que nossa fortaleza espiritual pode ser edificada a fim de vivermos a paz de Deus.
Se a ‘autoviagem’ for empreendida, e o homem abrigar-se sob o trabalho no bem, e o esforço autoeducativo, a vida na Terra se dará de maneira mais segura, e mesmo diante das turbulências planetárias, o homem seguirá firme no leme da própria vida.
A paz do mundo é agitação e gozo, a paz de Deus é perene e serena.
A paz do mundo é insegura, a paz de Deus é fortaleza.
A paz do mundo é a impermanência, a paz de Deus é permanentemente paz.
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