Dar as mãos, tocar o ombro, dar um abraço, dar um beijo, é tão complicado assim? Sim e não. Para a turma do “não é complicado” é quase despercebido esse contato, porque é tão natural que a pessoa não fica ensaiando: “dou a mão ou não dou?”, “beijo ou não beijo?”, acontece.
Para o grupo do “é complicado”, exige muito esforço carregado de dúvidas com relação ao que o outro pensa dele:
Também tem a preocupação de o outro aproveitar dele – do neurótico:
Aqui a pessoa tanto pode achar que vai incomodar os outros, como se sentir sendo invadida. Em ambas as situações a paranoia é do próprio indivíduo que projeta nos outros seus tormentos pessoais. Algumas pessoas quando são abraçadas parece uma geladeira, e reclamam: “eu não gosto dessa pegação!”
Esta pessoa não sabe distinguir em que área do afeto foi dirigido o abraço: para o sexo, para a amizade ou para o acolhimento materno/fraterno! Uma vez escutei de uma pessoa culta que homem e mulher quando se abraçam estão querendo sexo! Para ele não existe amizade e afeto, só sexo. Os conflitos nessa área têm várias fontes:
Os efeitos dessas relações inamistosas podem ter vários desdobramentos na afetividade pessoal, como a pessoa não aceitar um abraço porque se acha desprezível, um efeito oposto é o sujeito se tornar pegajoso por causa da carência, outros associam o toque ao sexo por isso evitam o contato, por que se excitam. É comum encontrar pessoas que conceituam o sexo como sujo, vergonhoso, pecaminoso, indecente.
Estas colocações estão ligadas a interpretações distorcidas da religião e do moralismo dos pais. Por conta desses extravios muita gente prefere reprimir sua afetividade e sexualidade para não sofrer, e vivem atormentados. Outras pessoas para romper com o tolhimento que foram condicionados extrapolam se envolvendo em relacionamentos problemáticos. Há aqueles que negam a afetividade e se entregam ao sexo aberrante.
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